segunda-feira, 23 de agosto de 2010


São 2:48 da manhã e meus pés congelam, e as pontas dos meus dedos das mãos doem de frio, nenhuma madrugada fria me transporta pra outros lugares senão pra cômodos fechados vazios: meu mundo. Quando você diz a uma pessoa que ela seria perfeita se estivesse na sua vida você diz também que ela seria péssima se não te escolhesse porque você parece ser a melhor escolha pra ela até então. Não seja tolo, todos estão vagando por ai sem protetores no peito, todos estão metendo os pés pelas mãos dançando com pessoas que não gostariam de levar pra casa no dia seguinte,mas, o que tem a ver isso mesmo? Nós estamos com nossos amigos porque supõe-se que estes sejam os melhores encontros quando todos parecem apenas pessoas preocupadas demais com sua forma,seu cabelo bagunçado, sua roupa comum, seus lábios de cor vermelho, nossos amigos sabem onde estamos quando nosso corpo parece estar lá entre as fagulhas deixadas por gente discreta que bebeu demais na festa e derramou vinho na blusa nova, estou num outro esquema, quero estar na linha tênue que divide a vida e a morte, estou no limite,indo pra mais longe e voltando com as mãos doendo de frio, porque sinto as coisas deste mundo como uma nave sendo lançada através da noite, céu a dentro. Meu ser flutua e dispara sem rumo, quero encontrar você, quero te contar destas coisas tolas.
E a madrugada segue assim.

(texto da madruga do dia 05.08.10. Foto pihole, a primeira noturna q fiz)